Ablação por Radiofrequência vs. Cirurgia: A Comparação Definitiva de Eficácia e Riscos no Tratamento de Nódulos

Imagem comparando ablação por radiofrequência e cirurgia de tireoide, destacando a preservação hormonal e a recuperação rápida do paciente.

A descoberta de um nódulo de tireoide benigno, mas que é grande, volumoso ou que causa desconforto, sempre leva o paciente ao mesmo dilema: devo me submeter à cirurgia (Tireoidectomia) ou existe uma alternativa?


A resposta moderna para essa questão é a Ablação por Radiofrequência (ARF), uma técnica minimamente invasiva que se consolidou como um tratamento de primeira linha para nódulos benignos, desafiando a hegemonia da cirurgia.


Eu sou o Dr. Erivelto Volpi, cirurgião de cabeça e pescoço e especialista em doenças da tireoide. Meu objetivo é garantir que você entenda a fundo a segurança e a eficácia da ARF, comparando-a diretamente com a cirurgia tradicional, para que você e seu médico tomem a melhor decisão informada.

Quando a ARF é uma Opção?

É crucial reiterar: a Ablação por Radiofrequência é indicada exclusivamente para nódulos comprovadamente benignos (classificados como Bethesda II). A cirurgia permanece o padrão-ouro para o tratamento de câncer de tireoide.



Quando a benignidade está confirmada, a comparação entre ARF e Cirurgia se dá em três pilares: a eficácia terapêutica, a preservação da função hormonal e a segurança estrutural (proteção dos nervos e paratireoides).

Pilar 1: Eficácia Terapêutica

A eficácia de um tratamento para um nódulo benigno volumoso é medida pela sua capacidade de reduzir o volume do nódulo e, consequentemente, eliminar os sintomas de compressão e o desconforto estético.

Ablação por Radiofrequência (ARF)

  • Mecanismo: Destruição do tecido do nódulo por calor, seguida pela reabsorção gradual do coágulo formado.
  • Resultado: A ARF oferece um resultado terapêutico de longo prazo comparável ao da cirurgia convencional na eliminação do problema do volume. O nódulo reduz significativamente de tamanho (reduções de $50\%$ a $90\%$ são comuns) ao longo de 6 a 12 meses, eliminando os sintomas compressivos.
  • Vantagem Adicional: A ARF atinge esse resultado sem a necessidade de remover a glândula inteira.

Cirurgia (Tireoidectomia Parcial/Total)

  • Mecanismo: Remoção física do nódulo (lobectomia ou hemitireoidectomia) ou da glândula inteira (tireoidectomia total).
  • Resultado: A cirurgia é imediata na remoção da massa, eliminando o problema do volume na hora.



Conclusão de Eficácia: A eficácia na resolução do problema volumétrico é alta em ambas as técnicas. A diferença reside no custo-benefício e no impacto a longo prazo (Próximo Pilar).

Pilar 2: O Impacto Hormonal

Este é o ponto onde a Ablação por Radiofrequência se destaca dramaticamente da cirurgia para nódulos benignos.

Cirurgia e o Risco de Hipotireoidismo

  • Tireoidectomia Total: Leva invariavelmente ao hipotireoidismo permanente, exigindo o uso diário de Levotiroxina (hormônio tireoidiano) pelo resto da vida.
  • Lobectomia (Remoção Parcial): Embora o risco seja menor, ainda há a chance de o lobo remanescente não conseguir compensar a produção hormonal, levando o paciente ao hipotireoidismo e à necessidade de reposição hormonal em cerca de $30\%$ a $50\%$ dos casos, segundo estudos de acompanhamento.

Ablação por Radiofrequência (ARF) e a Preservação Hormonal

  • O Trunfo: A ARF é projetada para destruir seletivamente apenas as células do nódulo, preservando o tecido tireoidiano saudável ao redor.
  • Resultado: O paciente mantém a sua glândula funcional e continua produzindo seus próprios hormônios. A necessidade de Levotiroxina é evitada na vasta maioria dos casos.

Conclusão Hormonal: A ARF oferece um resultado comparável à cirurgia na eliminação do nódulo, mas com a vantagem de evitar o hipotireoidismo iatrogênico (causado pelo tratamento) e a dependência de medicação contínua.

Pilar 3: Segurança e Riscos Estruturais

Qualquer procedimento médico não é isento de riscos. A comparação dos riscos na ARF e na Cirurgia foca nas duas estruturas mais delicadas da região cervical: os nervos da voz e as paratireoides.

Risco aos Nervos da Voz (Rouquidão)

Os nervos laríngeos recorrentes, que controlam a movimentação das cordas vocais, passam intimamente ligados à parte de trás da tireoide.

  • Risco na Cirurgia (Tireoidectomia): Mesmo nas mãos de cirurgiões experientes, o risco de lesão transitória ou permanente nesses nervos é menor que $3\%$. Contudo, o risco é inerente à necessidade de dissecar o nervo da glândula, um procedimento complexo.
  • Risco na Ablação por Radiofrequência (ARF): A ARF oferece um risco de lesão comprovadamente mais baixo. Em grandes séries de estudos, o risco de lesão é menor do que $1\%$ (ou até $0,1\%$ nas grandes séries). A técnica minimamente invasiva e a guia ultrassonográfica constante permitem ao especialista mapear e proteger o nervo com precisão superior.

Risco às Glândulas Paratireoides (Hipocalcemia)

As paratireoides controlam o cálcio no corpo. Seu dano leva à hipocalcemia (falta de cálcio), que exige suplementação.

  • Risco na Cirurgia (Tireoidectomia Total): O risco de dano transitório (e a necessidade de suplementação de cálcio no pós-operatório) é comum, pois a ligadura dos vasos sanguíneos é necessária para a remoção da glândula. O risco de dano permanente, embora baixo, está presente.
  • Risco na Ablação por Radiofrequência (ARF): O risco de causar dano às paratireoides e, consequentemente, hipocalcemia, é praticamente zero. Como a ARF trabalha com calor focalizado e guiado, a manipulação vascular e o trauma às paratireoides são evitados.

Resumo das Vantagens da Ablação

A Ablação por Radiofrequência, para nódulos benignos, oferece um conjunto de vantagens que a posiciona como o tratamento de escolha, representando um ganho real na qualidade de vida:

  1. Preservação Funcional: Mantém a produção hormonal natural, evitando o uso de Levotiroxina.
  2. Baixíssima Invasividade: Procedimento por punção (sem cicatriz visível).
  3. Segurança Superior: Risco de complicação em estruturas vitais (nervos da voz e paratireoides) significativamente menor do que na cirurgia aberta.
  4. Recuperação Imediata: Retorno à rotina em 24 horas.

A Escolha Certa

A decisão entre Ablação por Radiofrequência e Cirurgia, no contexto de um nódulo benigno, deve sempre pesar a eficácia contra a preservação da sua qualidade de vida.


O Dr. Erivelto Volpi defende que a ARF, quando bem indicada e realizada por profissional experiente, oferece uma solução com resultados oncológicos comparáveis, mas com riscos de complicação e impacto na vida do paciente significativamente menores. Você elimina o problema do nódulo, sem trocar um problema por outro (como o hipotireoidismo permanente).



Procure sempre um médico especialista (cirurgião de cabeça e pescoço ou endocrinologista intervencionista) que tenha experiência comprovada em ARF para discutir sua elegibilidade.


Aviso Legal: Este artigo foi escrito com o objetivo de educar e informar, apresentando a visão de um especialista na área. As informações contidas aqui são baseadas em diretrizes médicas e na experiência clínica do Dr. Erivelto Volpi, mas não substituem em hipótese alguma a consulta médica presencial ou a avaliação especializada. A sua conduta de tratamento deve ser definida individualmente, após a análise completa do seu histórico, exame físico e exames complementares.

Compartilhe o conteúdo!

Tire suas dúvidas agora mesmo!

FALAR COM DR. ERIVELTO
Passo a passo da ablação de tireoide por radiofrequência
Por Dr. Erivelto Volpi 10 de novembro de 2025
A ablação de tireoide por radiofrequência é feita com anestesia local e ultrassom em tempo real. O médico insere uma agulha fina no nódulo e aplica energia térmica para eliminá-lo com segurança e precisão.
Como escolher o profissional ideal para ablação de tireoide por radiofrequência em SP
Por Dr. Erivelto Volpi 10 de novembro de 2025
Para escolher o profissional ideal para ablação de tireoide por radiofrequência em São Paulo, é essencial buscar um cirurgião de cabeça e pescoço especializado em tireoide, com experiência comprovada na técnica e estrutura adequada para o procedimento.
Preciso tomar reposição hormonal após a ablação de tireoide por radiofrequência?
Por Dr. Erivelto Volpi 7 de novembro de 2025
Não é necessário tomar reposição hormonal após a ablação de tireoide por radiofrequência. O procedimento preserva o tecido saudável da glândula, mantendo sua função normal e evitando o uso de medicamentos hormonais.