Nódulo de Tireoide: Desvendando Mitos e Verdades Sobre Diagnóstico e Risco

Imagem ilustrativa mostrando a localização da tireoide no pescoço e a detecção de nódulo durante o exame de ultrassom.

A descoberta de um nódulo na tireoide traz consigo uma série de dúvidas e, muitas vezes, informações desencontradas. É fundamental separar o que é mito do que é verdade, e é exatamente isso que farei aqui.


Eu sou o Dr. Erivelto Volpi, cirurgião de cabeça e pescoço dedicado às doenças da tireoide e da paratireoide. Minha missão é trazer clareza para que você possa tomar decisões informadas e seguras.

Mito ou Verdade? Todo Nódulo de Tireoide Precisa Ser Puncionado

MITO.

Não é verdade que todo nódulo de tireoide necessita de punção (PAAF). Se esse fosse o caso, seria logisticamente impossível cuidar de todos os pacientes, já que a incidência de nódulos é altíssima na população adulta.


A punção é um procedimento de investigação que tem critérios muito bem definidos, baseados em evidências científicas e na experiência clínica.


Os Critérios para a Punção (PAAF)

A decisão de puncionar é guiada principalmente pelas características ultrassonográficas do nódulo e pelos fatores de risco do paciente.


Utilizamos uma estratificação de risco chamada Sistema TIRADS (Thyroid Imaging Reporting and Data System), que classifica a suspeita:

  • TIRADS Baixo (1, 2 ou 3): Nódulos que têm poucas ou nenhuma característica de suspeita. Normalmente, a conduta é apenas acompanhar com novos ultrassons periodicamente.
  • TIRADS 4: Nódulos que apresentam algumas características suspeitas e que, dependendo do tamanho e do contexto do paciente, podem precisar ser puncionados.
  • TIRADS 5: Nódulos que apresentam muitas características de alto risco. Esses sim, quase sempre, devem ser puncionados para confirmar ou afastar a presença de malignidade.



Outros fatores cruciais que influenciam a indicação da PAAF são:

  1. O tamanho e a localização precisa do nódulo.
  2. A idade e o sexo do paciente (homens e extremos de idade merecem mais atenção).
  3. O histórico pessoal e familiar de câncer de tireoide.

Mito ou Verdade? Para Ter Câncer de Tireoide, o Exame de Sangue Precisa Estar Alterado

MITO.



Muitos pacientes me questionam: "Dr. Volpi, meus exames de sangue vieram normais, então não tenho câncer, certo?". Errado.

É preciso entender que o câncer de tireoide, na vasta maioria dos casos, não está relacionado a uma disfunção hormonal da glândula. Isso significa que:

  • A função tireoidiana (medida pelo TSH, T3 e T4 no sangue) pode estar completamente normal mesmo que haja um nódulo maligno.
  • Os exames de sangue são essenciais para avaliar a saúde geral da tireoide (se há hipertireoidismo ou hipotireoidismo), mas não são parâmetros para suspeitar ou não de câncer.


Portanto, se há suspeita de câncer de tireoide, o exame que deve ser realizado é a ultrassonografia, que nos dá a pista inicial, seguida da PAAF, que nos dá o diagnóstico. O exame de sangue não exclui o risco.

Mito ou Verdade? Câncer de Tireoide é Mais Comum em Mulheres

VERDADE, mas com uma ressalva importante.


Sim, o câncer de tireoide é significativamente mais comum em mulheres do que em homens. Embora a ciência ainda estude o porquê disso, a explicação mais simples é que:


  • Mulheres Têm Mais Nódulos: As mulheres adultas têm uma incidência muito maior de nódulos de tireoide do que os homens. Se considerarmos 100 mulheres e 100 homens, é muito provável que encontremos 10 a 15 mulheres com algum nódulo, mas apenas 3 a 4 homens.
  • A Maior Proporção de Casos Está em Mulheres por terem mais nódulos para começar.


A ressalva crucial (o fator de risco masculino):


Quando um nódulo se manifesta no homem, o que é menos frequente, a possibilidade proporcional deste nódulo ser maligno é maior.


Ou seja: o câncer de tireoide é mais comum em mulheres, mas quando um nódulo aparece em um paciente do sexo masculino, a chance de ele ser maligno, em comparação aos nódulos femininos, é ligeiramente mais alta.


Isso reforça a necessidade de sempre procurar um especialista para avaliar seu caso de forma individualizada, levando em conta todos esses fatores: sexo, idade, histórico familiar e as características ultrassonográficas do seu nódulo (TIRADS).


O conhecimento é a sua melhor defesa contra a ansiedade e a desinformação. A avaliação do nódulo de tireoide é um processo estruturado, onde cada etapa (ultrassom, TIRADS, fatores de risco, PAAF) se soma para nos dar a certeza diagnóstica.


Não adie sua busca por informação correta. Fique atento e procure sempre o seu médico para uma avaliação completa e individualizada.

Aviso Legal: Este artigo foi escrito com o objetivo de educar e informar, apresentando a visão de um especialista na área. As informações contidas aqui são baseadas em diretrizes médicas e na experiência clínica do Dr. Erivelto Volpi, mas não substituem em hipótese alguma a consulta médica presencial ou a avaliação especializada. A sua conduta de tratamento deve ser definida individualmente, após a análise completa do seu histórico, exame físico e exames complementares.

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